João Peste, dos Pop Dell'Arte
Rita Carmo
João Peste: “Nos anos 60 apareceram os hippies, nos 70 o punk, depois o techno e as raves. Nas últimas décadas, nada de novo”
28.08.2020 às 11h35
Para o vocalista dos Pop Dell'Arte, o século XXI tem sido “pouco transgressivo”. “Em termos de cultura jovem, parece quase tudo reciclado”
João Peste, vocalista dos Pop Dell'Arte, considera que o século XXI tem sido "pouco transgressivo".
"Nos anos 60 apareceram os hippies, nos anos 70, o punk, a seguir o techno e depois as raves; nas últimas décadas, não surgiu nada de novo em termos de cultura jovem, parece quase tudo reciclado. Não tem havido nada que surpreenda ou que nos cause estranheza", afirmou Peste à edição desta sexta-feira do "Jornal de Negócios".
"Há uma repetição daquilo que está feito e por isso é urgente recuperarmos a ideia de transgressão. É urgente recuperarmos a ideia de um não conformismo por parte do artista - seja um escritor, um músico, um pintor - para podermos ir mais longe. E esse ultrapassar dos limites não tem de ser apenas estético, também poderá ser político ou moral, tanto que há artistas esteticamente transgressivos e que não o são politicamente ou moralmente, e vice-versa", argumenta.
Na mesma entrevista, João Peste, cuja banda lançou este ano o álbum "Transgressio Global", comentou ainda as medidas de apoio à cultura, que considera insuficientes, apesar de admitir que não será "nada fácil gerir uma situação destas. Mas espero que em breve possamos retomar concertos, há muita gente a passar por grandes dificuldades, sem alternativas em termos de rendimentos. Há pessoas muito esquecidas, que sempre foram esquecidas e que estão a ser esquecidas de novo. A pandemia veio tornar mais desigual o que já era desigual".
Relacionados
-
Chegou o novo álbum dos Pop Dell’Arte. Veja o novo vídeo, ‘The King of Europe’
Banda de João Peste regressa aos discos e anuncia concerto de apresentação de ‘Trangressio Global’