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Andrea Bocelli desvaloriza mortes por covid-19. “Não devemos seguir as regras”
29.07.2020 às 9h05
Tenor italiano assume que não seguiu as recomendações, saiu de casa durante a quarentena e incita os compatriotas “a não seguirem as regras”. Declarações polémicas foram proferidas em conferência que reuniu membros da oposição, incluindo o líder da extrema-direita italiana
O tenor italiano Andrea Bocelli disse ter-se sentido "humilhado" pelas leis de emergência impostas no seu país, devido à covid-19.
"Não podia sair de casa, mesmo que não tivesse cometido nenhum crime", afirmou, numa conferência no Senado italiano, que reuniu vários líderes da oposição - incluindo Matteo Salvini, da extrema-direita.
O cantor revelou ainda que desobedeceu às imposições, saindo por diversas vezes de casa, e desvalorizou o impacto do novo coronavírus, deixando um repto aos seus compatriotas.
"Tenho uma certa idade e preciso de vitamina D", acrescentou. "Recusem-se a seguir as regras. Leiam livros, passeiem, conheçam-se uns aos outros".
As suas declarações estão a chocar os fãs, visto que Bocelli se tornou numa espécie de símbolo de unidade nacional em Itália, após cantar sozinho na catedral de Milão no dia de Páscoa.
O tenor já veio afirmar que as suas declarações foram "mal interpretadas", acrescentando que a sua fundação ajudou muita gente infetada com o novo coronavírus.
Em maio, Andrea Bocelli revelou ao jornal Corriere della Serra que sofreu de covid-19, doença da qual se curou.
"Foi um pesadelo, porque sentia que já não controlava nada. Só queria acordar [daquele pesadelo]. Este vírus deixou o mundo de rastos e ainda hoje não consigo compreendê-lo", disse então.
"Há muitas pessoas que temem o vírus como se fosse a lepra, num país que está de rastos, o que é incompreensível. Há demasiado alarmismo nesta fase, em que o vírus parece ter abrandado", alertou porém, há cerca de dois meses.
Em junho de 2021, Andrea Bocelli dará um concerto no Estádio Municipal de Coimbra, com Mariza.