
Governo da Arábia Saudita adquire parte da Live Nation, a maior empresa de entretenimento do mundo
28.04.2020 às 15h25
Sauditas investem na Live Nation numa altura em que os espetáculos estão parados devido à crise de covid-19
O governo da Arábia Saudita adquiriu parte da promotora Live Nation, a maior empresa de entretenimento do mundo. O anúncio foi feito pelo Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, que comprou mais de 12 milhões de ações da Live Nation, correspondentes a 5,7% da empresa.
Segundo a Billboard, baseando-se no atual valor das ações da promotora, o negócio deverá ter-se ficado por cerca de 500 milhões de dólares (4,6 milhões de euros). Aquando deste anúncio, as ações da Live Nation subiram mais de 2%, boas notícias para uma empresa que foi extremamente afetada pela pandemia da Covid-19, mas que viu o valor das mesmas descer abrupta e vincadamente desde o início da pandemia.
A empresa tem tomado medidas no sentido de melhorar a sua liquidez, num contexto de crise, abrindo uma linha de crédito rotativo no valor de 120 milhões de dólares, corrigindo um crédito já existente e reduzindo significativamente os seus custos, cortando em salários. O património líquido da empresa é agora de cerca de 8 mil milhões de dólares, quando em fevereiro se cifrava em perto de 11.
Recorde-se que a Live Nation detém participações em diversas empresas de espetáculos em todo o mundo. Na Better World, detentora do Rock in Rio, é dona de uma fatia de 60%.
Antes da pandemia, a Arábia Saudita estava a procurar melhorar a sua indústria do turismo; em outubro passado, os sul-coreanos BTS foram a primeira banda estrangeira a dar um concerto de estádio naquele país.
Porém, após o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, várias empresas em Hollywood têm mostrado alguma relutância em aceitar investimentos do Fundo, escreve ainda a Billboard. Segundo um relatório da CIA, a morte de Khashoggi foi ordenada por Mohammad bin Salman, príncipe-herdeiro daquele país do Médio Oriente.
A Endeavor, organização de apoio a empreendedores, chegou mesmo a devolver um investimento na ordem dos 400 milhões de dólares, e vários nomes de topo do mundo dos media e do entretenimento cancelaram a sua presença no fórum Future Investment Initiative, em Riade.
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