
Michael Rapino, CEO da promotora Live Nation
Tom Williams/Getty Images
Patrão da Live Nation abdica do ordenado de 3 milhões de dólares devido à crise provocada pela Covid-19
14.04.2020 às 19h02
Michael Rapino, CEO da maior promotora de espetáculos do mundo, não vai receber um ano de ordenados para ajudar a empresa a recuperar da crise provocada pelo novo coronavírus
Michael Rapino, CEO da Live Nation, considerada a maior promotora de espetáculos do mundo e dona de 60% do Rock in Rio, decidiu abdicar do seu salário anual de 3 milhões de dólares (mais de 2 milhões e 700 mil euros) para ajudar a controlar a crise provocada na empresa pela pandemia de Covid-19.
Contudo, o salário milionário do CEO não é a sua única compensação na empresa. Segundo a Rolling Stone, em 2018 recebeu 11 milhões e 500 mil dólares (10 milhões e 500 mil euros), juntando ao ordenado base 8 milhões e 400 mil dólares (mais de 7 milhões e 600 mil euros) em bónus.
Esta decisão de Rapino integra-se numa série de medidas apresentadas esta segunda-feira pela Live Nation, entre as quais se encontram também a redução de ordenados de alguns dos executivos de topo em até 50%.
Para reduzir ainda mais os custos, a empresa congelou as contratações, renegociou rendas e colocou empregados em licenças temporárias, entre outras medidas, para tentar poupar 500 milhões de dólares (456 milhões de euros) até ao final do ano.
Segundo a empresa, só entre meados e final de março, a pandemia afetou mais de 8 mil espetáculos seus, que equivaliam a 15 milhões de bilhetes vendidos.
7 mil desses espetáculos foram reagendados, com os outros mil a serem cancelados, o que obrigou a empresa a devolver o dinheiro equivalente a mais de um milhão e meio de ingressos. Rapino defende que com as medidas agora anunciadas, a empresa terá "força financeira para ultrapassar estes tempos difíceis".
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