
Angel Olsen no Capitólio, Lisboa
Rita Carmo
Portugal: Mais de 24 mil espetáculos cancelados, adiados ou suspensos pela covid-19
03.04.2020 às 16h13
Números avançados pela Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos, que afirma que o setor da cultura está, em Portugal, numa “crise sem precedentes”
A APEFE (Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos) anunciou esta sexta-feira um levantamento feito em conjunto com as principais empresas de bilhética nacionais – Ticketline, Blueticket e BOL – do número de espetáculos cancelados, adiados ou suspensos em Portugal, com realização prevista entre 8 de março e 31 de maio.
Com estes números, os promotores de concertos pretendem mostrar o forte "impacto económico no sector dos espetáculos ao vivo, decorrente das medidas de contenção da crise epidémica Covid-19 e que levou à paralisação total da atividade de milhares de pessoas".
Há, segundo a APEFE, 7.866 espetáculos cancelados, 15.412 adiamentos e 1.537 espetáculos suspensos, envolvendo 364 promotoras.
Alerta a associação constituída em 2017 e que tem em Álvaro Covões, da Everything Is New, uma das faces mais visíveis, "que estes números só poderão aumentar exponencialmente nas próximas semanas, não só relativamente a eventos ainda agendados para o mês de maio e que escaparam à primeira avalanche de cancelamentos, como pela incerteza da possibilidade da realização de outros espetáculos nos meses seguintes". A APEFE afirma que esta situação está a conduzir "a uma crise sem precedentes no mercado da cultura em Portugal".
"Todas as empresas e profissionais ligados à cultura; salas de espetáculos, artistas, técnicos, empresas de audiovisuais, promotores de espetáculos, agências e um sem número de fornecedores e profissionais, apresentam uma quebra de 100 por cento na sua faturação, no seu rendimento e estão proibidos de exercer a sua actividade, criando um problema gravíssimo de subsistência e sobrevivência a milhares de pessoas e empresas do sector cultural", remata o comunicado.
Relacionados
-
“O setor dos concertos foi o primeiro a ser crucificado”. Álvaro Covões, do NOS Alive, alerta para a crise na área dos espetáculos ao vivo
O diretor da promotora Everything is New defende que os espetáculos e o turismo foram os setores mais afetados em Portugal, desde o início, pelos efeitos do novo coronavírus
-
NOS Alive: “Até final de abril vamos ter de tomar uma decisão”
A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, que paralisou os espetáculos ao vivo um pouco por todo o mundo, coloca em dúvida a realização do festival de Algés
-
Festivais de música em Portugal. Primavera Sound está negro. NOS Alive e Rock in Rio no cinzento. Os outros, logo se verá
Pelo menos até ao fim de maio nada acontecerá nos palcos de Portugal. O calendário coloca os maiores festivais de música em junho mas a incerteza que resulta da pandemia de covid-19 é grande. Nos próximos dias serão conhecidas decisões que vão marcar definitivamente a agenda de festivais em Portugal neste ano de 2020
-
Crédito imediato, acesso a lay-off e cheque-cultura para todos os portugueses. O que pedem promotores de concertos e festivais em Portugal
São sete os pontos reivindicativos endereçados ao governo pela Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE)
-
#FestivalsStandUnited: festivais europeus juntam-se para lutar pela sobrevivência
Uma carta aberta assinada por alguns dos maiores festivais da Europa, de Roskilde ao Primavera Sound, em resposta à crise gerada pelo Covid-19