
Francisco Geraldes
Afonso Duarte Batista/Instagram Francisco Geraldes
Perguntámos ao futebolista Francisco Geraldes que música anda a ouvir. Ele enviou-nos 98 canções, com Nick Cave, Tame Impala e muito mais
25.07.2020 às 9h00
O jogador do Sporting é um melómano inveterado: fora dos relvados, tanto ouve Nick Cave, Cesária Évora, Fleet Foxes, Jungle ou Tame Impala. Pedimos-lhe uma lista das canções que o têm acompanhado ao longo do ano e o futebolista – que confessa sentir saudades dos festivais – não se fez rogado. “Acho que ficou muito extensa, mas é o que é”, diz-nos, justificando as mais de 7 horas de duração da playlist que fez para a BLITZ e que agora divulgamos. Para ouvir (e ler) aqui
Aos 25 anos, afirmou-se no Sporting depois de experiências profissionais noutros clubes portugueses e em países como a Alemanha ou a Grécia. Fora dos relvados, é conhecido o seu gosto pela leitura e pela música. No verão de 2018, partilhou com a BLITZ a banda-sonora do seu dia-a-dia. Dois anos depois, voltamos a falar.
Na nova playlist de Francisco Geraldes pontificam nomes tão distintos como Nick Cave, Radiohead, Fleet Foxes, James Blake, Compay Segundo, Tim Bernardes, Sara Tavares, Bob Dylan ou Lana Del Rey:
Conversámos também com Geraldes, que revela ter saudades dos festivais de música e ter descoberto realmente a música portuguesa durante a quarentena:
O que é que tem ouvido mais insistentemente nos últimos tempos?
Depende especialmente do mood com que estou. Ultimamente tenho ouvido muito rap português: não era conhecedor desta arte que tão bem é representada por inúmeros músicos portugueses. É um estilo com o qual eu me identifico bastante, principalmente pelas letras. Talvez tenha até sido o motivo pelo qual, paralelamente, me comecei a interessar por poesia, género literário do qual sou apaixonado.
O futebol esteve parado vários meses devido à pandemia. Ouviu mais música?
A música sempre fez parte do meu dia a dia. É, diga-se, o meu café da manhã, no sentido de que preciso dela para me alimentar o estado de espírito e a forma como me posiciono na vida. No meu caso, ajudou-me bastante a lidar com alguma ansiedade criada pelo período de confinamento. A minha profissão exige um dispêndio diário de quantidades enormes de energia, o que deixou de acontecer no tempo que estive em casa, daí alguma ansiedade que possa ter aparecido. É esse também o papel da música. É um instrumento curador do teu estado de espírito, daí ser tão importante para mim.
Que discos lhe encheram as medidas este ano?
Houve dois álbuns: "Good Luck Everybody", dos AJJ, e "The Slow Rush" dos Tame Impala.
Fez alguma descoberta importante?
A grande descoberta dos últimos tempos foi a música portuguesa. O período de quarentena foi excelente para os artistas portugueses terem um alcance muito maior naquilo que é o seu público alvo. O Instagram foi uma ferramenta chave, em que inúmeros músicos deram concertos ao vivo nas suas contas O caso de Luís Severo, Tomás Wallenstein (Capitão Fausto), Tiago Nacarato, Tiago Bettencourt, A Garota Não, o pianista Hugo Ferreira... Houve iniciativas excelentes neste sentido, como o festival de Vhils, o Iminente, ou o festival Eu Fico em Casa.
De que artistas nunca se cansa?
Como ouço várias coisas, não consigo chegar a cansar-me de alguma banda. Ouço muito Jungle, Alter Bridge, Sam the Kid, Tame Impala, Parcels...
Os festivais de música fazem-lhe falta?
Claro que sim. Todos os anos frequentava alguns, como o NOS Alive, Vodafone Paredes de Coura ou o Super Bock Super Rock. Este ano ainda só tinha bilhete para o John Legend no EDP CoolJazz, mas também foi adiado.
Tem encontrado nas equipas por onde passa colegas com quem partilha gostos musicais?
Nem por isso. Mas no Rio Ave o Yuri Ribeiro surpreendeu-me quando, a caminho de um estágio, pôs Limp Bizkit a tocar com o volume no máximo.
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